Quando eu comecei a jogar RPG a 15 anos atrás eu só queria
saber como era um tal jogo do vampiro que alguns caras – futuros amigos –
estavam jogando.
Passei uma boa parte da pré-adolescência e adolescência enfurnado em bibliotecas e como se diz por ai sempre fui "viajão". Numa cidade diferente uns caras novos me convidam pra um tal de RPG! Fui de curioso.
Foi amor à primeira planilha!
Esse período foi legal. Tenho mil saudades dele, mas não volto pra lá nunca mais.
Não me entenda mal. Ainda jogo RPG e faço isso. Minha filha vai ter um mestre em casa. Convenci minha mulher a jogar RPG. Amo isso.
Com o tempo fui ficando amigo dos caras que antes eram só conhecidos. E a vida – ao contrário do que muitos caras pensam – não é só montar personagens, ler sobre o assunto e ficar horas e mais horas numa sessão.
Me afeiçoei aos colegas de mesa, nos tornamos parceiros,
próximos e amigos. E isso é muito maior do que qualquer coisa.
Tenho na memória mil “lendas lendárias” sendo que
protagonizei umas 200 no mínimo. Tive tardes e noites de diversão onde fui
herói, vilão, sidekick e tudo mais. Saí e entrei em enrascadas. Criei e
resolvi problemas (dentro e fora do jogo) mas de tudo isso eu lembro com quem
joguei.
Lembro que no começo, na primeira mesa de que participei em nossas reuniões as
coisas eram burocráticas: chegávamos e logo que tudo estivesse pronto começávamos
o jogo e quando acabávamos íamos embora falando sobre isso.
Depois de um tempo as coisas mudaram. Falar com meus amigos
ficou mais interessante. Não porque o jogo deixou de ser bacana mas porque amizade
supera o jogo. Qualquer jogo! E, cara eu moro no RS, sei bem como alguém consegue
ser idiota a troco de um jogo.
Os anos passaram, os sistemas mudaram - até ajudei a desenvolver uns - e os amigos ficaram no peito ainda que tivessem ido embora.
Se você me perguntar por que jogo RPG hoje, te digo na hora:
além do prazer do jogo em si, escapar do cotidiano e relaxar, jogo pra ver
meus amigos e pra fazer novas amizades.
0 comentários:
Postar um comentário