Fala pessoal! Trazendo o segundo capítulo de "A Ordem de Caronte" um pouco atrasado, mas vale a pena ler. Espero que gostem! Para quem não leu o começo da aventura, clique no link: JUDITH.

DexterAve1857[1]


Ned

            O cheiro de rum já era familiar às roupas de Ned.


O robusto irlandês toda noite estava presente na Taverna do Tota. Sua rotina se seguia: de manhã cortava lenha próximo à sua cabana e a transportava até a cidade onde vendia para clientes fixos. Também oferecia sua força bruta em troca de alguns dólares a quem necessitasse. A barba sempre estava desarrumada e, não raramente, gordurosa do suor do dia e das bebidas da noite. Chegara há alguns anos ao novo mundo. Sua constituição física disfarçava a idade. “Graças ao meu elixir!”, rugia ele em meio a um sorriso embriagado enquanto erguia uma caneca de rum e apalpava uma meretriz.


Aquela era um dia como outro. Primeiro a lenha, depois o serviço na cidade e por fim a taverna. Já era madrugada  quando ele saiu do Tota – ou melhor, foi expulso. “Mal agradecidos!” rugiu ele ao sair para a rua. O homem que ele arremessara pela janela ainda jazia desmaiado na área de acesso da taverna. A briga começou após uma disputa de queda de braço. Ned ganhara justamente e estava recolhendo o dinheiro quando de súbito uma cadeira se quebrou em suas costas.


A tensão na taverna foi geral. A música parou e um silêncio reinou no salão. As damas da noite do recinto correram para o andar superior onde ficavam os quartos e ficaram a observar da sacada. Ned não caiu e nem gemeu. Virou-se lentamente e encarou seu agressor que o olhava surpreso segurando o que restava da cadeira. A partir dai já deve se imaginar o que aconteceu. Além de arremessar o pobre infeliz janela à fora, Ned ainda deixou mais três amigos do sujeito fora de ação. Mesmo vencedor, desordem nunca era bom para os negócios de Tota – que mantinha uma rede de prostituição no estabelecimento; e Ned se viu expulso do recinto pela terceira vez nesse mês.


TavernaOlpartu[1]


Cambaleando pelas ruas, ele notou que um pequeno fio de sangue descia pela face. Ele passou a mão pela testa e ficou a observar a mancha vermelha entre seus dedos. Só percebeu que um cavalo se aproximava quando esse quase o atropelou. Surpreso e embriagado como estava, Ned foi de encontro ao chão.


- Idiota! – gritou um homem negro de cima do cavalo – Quer morrer, infeliz?


Ned fez força e conseguiu se sentar, ainda tonto do susto e da bebida. A voz do homem chegava distorcida aos seus ouvidos, mas compreendeu o escândalo que ele fazia.


- Respeito é sempre bom... senhor. – disse encarando o cavaleiro.


O som de outros cavalos surgia ao longe. Quando se aproximaram, Ned notou que todos eram negros vindo da área dos cortiços, armados com rifles e facões. Os olhares de todos demonstravam preocupação.


- Absalon, - disse um deles ao que quase atropelou Ned – está tudo bem por aqui?


- Sim. – respondeu Absalon – Foi apenas um pequeno acidente. Vamos!


E seus capangas atendendo ao seu chamado continuaram seu caminho rumo ao centro da cidade. Ned praguejou e amaldiçoou todos quando partiram. Em meio aos xingo, notou um brilho metálico no chão. Em meio a poeira recém-levantada pela tropa, um relicário de latão reluzia. Era de uma fabricação simples e já corroído pelo tempo. Quando o abriu, encontrou a gravura de uma jovem mulher negra em um dos lados e a de um bebê no outro.  “Descuidado” pensou Ned enquanto o guardava no bolso e seguiu seu caminho. Encontrou sua carroça aos fundos da mercearia de uma comerciante que ajudará mais cedo e seguiu seu caminho para casa.


Ned dormiu boa parte da viagem, acordando a cada buraco que as rodas encontravam.


Estava perto do amanhecer, na hora mais escura da noite. Um céu estrelado cobria o céu e Ned descansou as costas na carroça para contempla-lo. Era magnífico! Lembrou que quando criança ficava a se perguntar como eram as estrelas e o que encontraria nelas. Pessoas? Deuses? Anjos? Almas? Não saberia dizer. 


Em meio a esses pensamentos, uma fonte de luz vinda da floresta chamou a atenção de seus olhos o tirando da nostalgia. Se levantando o mais rápido que pudera devido à embriaguez, Ned conseguiu distinguir a luz de tochas em meio a mata à certa distância. Pegou as rédeas do velho pangaré e o amarrou junto a uma arvore. “Não sabia que eu tinha vizinhos.” – estranhou o homem.


Ned apagou sua lanterna e alcançou seu machado na carroça. O rústico homem adentrou a floresta o mais furtivo possível, indo em direção a fonte de luz. À medida que ia se aproximando começou a ouvir vozes. Mas não eram de conversas e sim de um cântico numa linguagem que Ned em seu pouco conhecimento linguístico desconhecia. Quando se aproximou o suficiente, conseguiu vislumbrar o grupo.


KKK


Vestidos em túnicas brancas e com capuzes que lhes cobriam os rostos com apenas lugar para os olhos, pelo menos oito pessoas participavam de algum tipo de procissão ritual até uma clareira no interior da mata. Carregavam tochas e alguns ainda traziam livros. Ned nunca tinha visto nada parecido, mas se lembrou dos rumores na cidade de que uma seita vinha se reunindo nas redondezas e sem duvidas estava a comtemplando neste exato momento.


Ao tentar se aproximar mais, Ned bateu sem querer a haste do machado em um tronco, espantando um guaxinim que se escondia em seu interior. O animal fugiu quebrando a sinfonia dos cânticos dos ritualistas. Ned notou que eles perceberam e  que dois deles se aproximavam com espingardas nas mãos. Sem pensar duas vezes, Ned voltou pelo caminho que havia tomado o mais rápido que se permitia para não chamar a atenção do grupo. Encontrou sua carroça e tomou a estrada sem acender a lanterna, arriscando o pobre animal que a puxava. O sol raiou após algum tempo e ele percebeu que já estava a salvo e ninguém o seguia.


Chegando a cabana, ele tratou de por uma dupla tranca na porta e encontrou sua velha arma. Limpou seu cano, verificou o gatilho, separando sua munição. Logo depois se rendeu ao cansaço e adormeceu.

FF
Fala galera do Fúria! Primeiramente, Feliz Ano novo pra todo mundo \o/

Agora, vamos de RPG: Há algumas semanas atrás enquanto via o site da RETROPUNK!, conheci um sistema muito interessante chamado ABISMO INFINITO.


abismo-infinito-livro-de-regras[1]

Achei muito interessante a ideia central do sistema, que na minha primeira visão, seria uma mistura de Sci-fi com Mythos de Cthulhu puro!
É o quarto milênio e as missões espaciais se tornaram uma necessidade desde que a Terra deixou de ser um bom lugar para viver e fundar colônias em planetas desconhecidos se tornou uma necessidade.

Você faz parte de uma equipe de astronautas se dirigindo à lugares distantes na galáxia para exploração e pesquisa e, enquanto a espaçonave desliza entre as camadas do universo rumo ao ponto programado da missão, você está dormindo em uma câmara de contenção e animação suspensa...

     É quando você acorda que os problemas começam!

Abismo Infinito, vencedor do Concurso Faça Você Mesmo de game design promovido pelaSecular Games em 2011, é um jogo narrativo de horror psicológico em que os protagonistas são astronautas, distantes no espaço, envolvidos em uma trama de pesadelos lúcidos e manifestações de seus próprios medos.

Gostou da ideia do jogo? Então corre pra o site da RetroPunk! e adquira seu exemplar!

Caso queira uma prévia do jogo, estarei deixando abaixo o link do Quick Start em pdf. disponibilizado pela editora pra você já ir se acostumando.

ABISMO_INFINITO_-_RPAI-0002_-_QUICK_START.pdf

 

FF